quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Semana da Vida e Dia do Nascituro



AUDIO:PE JOEL NALEPA-RADIO SANTANA

A CNBB propõe a celebração da Semana da Vida que vai de 01 a 07 de outubro, já que o dia 08 é o Dia do Nascituro. O enfoque é a vida humana desde seu início na fecundação até seu fim natural. Os dois estágios mais frágeis da vida são os mais atacados: a vida do embrião no útero materno e a vida do idoso, especialmente, do idoso doente.
O Papa João Paulo II escreveu uma carta chamada “Evangelho da Vida” e agora o Vaticano publicou o Dicionário (Lexicon) sobre a família, a vida e questões éticas. Estes escritos, fundamentados na Bíblia, são um grito a favor da vida. A pastoral da criança, do Menor, da Juventude, são opções em favor da vida digna.
A Vª. Conferência realizada em Aparecida no mês de maio foi uma clara opção pela vida e a Campanha da Fraternidade de 2008 tem como lema “escolhe a vida”.
Os caminhos de morte são muitos, mas nós escolhemos a vida. Daí a luta pela ecologia, pelos pobres, pela inclusão social, pelos mandamentos do motorista, o mutirão de combate à fome, tudo é uma sinfonia em favor da vida. Como não defender a dignidade, a humanidade, a originalidade do embrião, do feto, do nascituro? Neste mutirão pela vida está o cuidado e atenção para com as gestantes e a educação para o amor convocando namorados, noivos e casais a serem promotores da vida. “Que os lares sejam ninhos da vida “ (Bento XVI) e que a vida seja acolhida, amada e respeitada nas famílias, na sociedade.
Cristo faz a vida livre, bela e grande e o reino de Deus é reino de vida. Somos chamados a ser profetas da vida, porque o projeto salvífico de Deus é um projeto de vida. O mandamento “não matarás” (Ex 20,13) é revelação da vontade divina e expressão da lei inscrita na natureza humana. O direito à vida precede quaisquer outros direitos. Todas as culturas reconhecem o valor inviolável da vida.
Muitas são as violações da vida como o uso de células embrionárias para pesquisa, o abortamento, a pílula do dia seguinte, métodos anticoncepcionais abortivos, a prática da eutanásia. Não podemos resolver problemas e às vezes até desordens morais praticando uma injustiça maior.
Vida sim, violência não. A prática do aborto é uma violência que desrespeita o instinto materno, os direitos do embrião, o direito à vida, o direito de nascer, nós que lutamos a favor até dos animais e da ecologia. Enfim, nossa Constituição Federal considera a vida como o valor mais importante a ser protegido pelo Estado.
A misericórdia divina de que tanto necessitamos deve fazer-nos misericordiosos com a vida intra-uterina e com a criação de institutos de defesa, apoio, proteção e assistência às gestantes. A crise ética de nossos tempos se expressa hoje na violência contra a vida e na exploração do embrião humano. Nada justifica a supressão deliberada de um ser inocente. Escolhamos a vida, os caminhos da vida, a cultura da vida e a civilização do amor.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina
Presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família